Wagner e Reginaldo com Coreanos (foto: Marcos Fernandes) |
A recém promovida ao Grupo Especial, Inocentes de Belford Roxo, divulgou a sinopse do enredo para o carnaval 2013. Confira:
Enredo: "As sete confluências do Rio Han"
"A água me contou muitos segredos
guardou meus segredos
refez meus desenhos
trouxe e levou meus medos"
Caetano Velloso
O G.R.E.S. Inocentes de Belford Roxo tem a honra de abrir o
maior espetáculo da terra, apresentando o enredo "As sete confluências do
Rio Han". Conta com a proteção de Yondung Halmoni, a Deusa do Vento, e o
desejo de águas calmas para fazer fluir sua história, acompanhada do bater dos
tambores Buk e Janggu, que vêm dar acento a nosso samba. A escola traz as tradicionais moradas
coreanas, as hanoks, e o maravilhoso palácio Gyeongbokgung adornados com flores
tropicais e matizados pela cultura brasileira, representando a acolhida aos
coreanos que há 50 anos vem imigrando para o Brasil. Vai contar 5.000 anos de história em uma saga poética e
ilustrando algumas décadas da jovem nação que surpreendeu o mundo com seu
avanço, crescendo com a força de um tigre.
Vai entrelaçar passado - marcado por batalhas, resistência e luta,
presente – com a afirmação de uma nova identidade - e o futuro que se afigura
brilhante, no ritmo das águas e ao sabor das marés. Vai buscar no fundo das águas a força das mulheres mergulhadoras,
as haenyos e vai contar o recomeço desta antiga nação, bela e resistente como
sua Rosa de Sharon, a Mungunghwa, flor símbolo da Coréia do Sul.
O homem é resultado das gerações que o precedem, de um longo
processo acumulativo que desenha seus traços e molda sua cultura. Mas é um ser mutante, cuja vontade leva ao
crescimento e às mudanças, ele domina seu destino, reverte caminhos, traça
novos rumos para si. Assim é a Coréia,
uma nação que decidiu mudar, escolheu um futuro para si e transformou-se
radicalmente em um curto intervalo de tempo.
No Brasil a crescente colônia coreana trouxe a riqueza de
suas tradições e moldou-se ao país da antropofagia. A bordo do gigante navio holandês Tjitjalenka, os primeiros
coreanos trouxeram seus sonhos de prosperidade. Navegar é neste sentido uma construção de ilusões. No Bom Retiro brasileiro a saudade e a
esperança se encontram, a caminho da Liberdade. Nestes pontos a colônia se concentra para manter vivas as
tradições dos homens que tem Hananim no coração
O enredo da Inocentes flui como a água, usando a tradição e
a contemporaneidade para mostrar a riqueza dual da nação. De forma lúdica vamos desdobrar cultura,
religião, indústria e progresso como aspectos confluentes de um mesmo
povo. Rituais, danças, alegorias, cores
e sons peculiares vão contribuir para a personificação da Coréia na Marquês de
Sapucaí.
Vão rufar os yengos invocando os espíritos e abrindo a dança
para os céus – o calendário lunar avisa que é dia de festa para celebrar a boa
colheita. A colheita que para nós é um
belo desfile.
As tradições milenares e a nova tecnologia se unem com a
benção de Maytreia e a combinação dos traços dos povos que compõem um mosaico
de cores e tons que simbolizam mais do que a unificação de bandeiras, reinos,
dinastias, tradições. A soma é maior
que as partes. O movimento das águas
mistura e purifica. Suas correntes não
aprisionam, libertam para a utopia que veleja entre o real e o imaginário,
confluindo neste Rio de Janeiro, a cidade do Maravilhoso, que tem também a sua
mistura, de ginga, paixão e fé, que
orienta o Brasil.
Carnavalesco – Wagner Goncalves
Pesquisa e texto – Roberta Alencastro Guimaraes e Wagner
Goncalves
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