GRUPO ESPECIAL, GRUPOS DE ACESSO E BLOCOS DA CAPITAL FLUMINENSE

Racha na Lesga

por Sérgio Soares
Depois do incêndio na Cidade do samba, o clima ainda "quente" no comando das principais escolas do Carnaval. Um "racha" na cúpula da Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Lesga) gerou uma crise sem precedentes que está se estendendo à Justiça e colocando em dúvida o resultado dos desfiles do Carnaval de 2011 entre onze agremiações que desfilaram no Grupo de Acesso, no sábado, e outras doze que se apresentaram na Terça-feira de Carnaval. Os dois grupos são filiados à Lesga. Destituído no último dia 11 de abril da presidência do Conselho Deliberativo da entidade, Paulo Almeida, que também é ex-presidente da Caprichosos de Pilares, enviou ontem ao Ministério Público, através de seu advogado, Hélio Barros, um laudo assinado por um perito grafotécnico que comprovaria uma suposta adulteração de mapas de apuração apresentados por um mesmo jurado participante do julgamento dos dois grupos.

A decisão de buscar na Justiça um resultado diferente do que foi anunciado na quarta-feira de cinzas não foi apenas de Almeida. Na semana passada, pelo menos duas agremiações dos Grupos A e B também deram entradas com petições pedindo também a anulação dos resultados dos dois grupos. Todos os pedidos tem anexados o resultado dos exames dos mapas do jurado Samuel Pinto, responsável pela apuração do quesito Conjunto. Em suas considerações, o perito grafotécnico Elizeu Francisco Santiago informa que existe na análise dos mapas, a possibilidade das "assinaturas terem sido feitas por diferentes punhos".


Campeãs ameaçadas - Os dois grupos tiveram como campeãs, a Renascer de Jacarepaguá, no grupo A e a Paraíso do Tuiuti no grupo B. Na prática, a classificação faria com que as duas escolas subissem de seus respectivos grupos, mas as petições poderão provocar uma "reviravolta" nos resultados caso a Justiça aceite as petições. O racha pode provocar também o esvaziamento da Lesga e fazer com que a Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial assuma os desfiles de sábado e terça-feira de Carnaval na Marquês de Sapucaí. "O que se viu no resultado do desfile no Grupo de Acesso não correspondeu à realidade. Fizemos uma apresentação para sermos campeões e acabamos na quarta colocação", afirmou o presidente da Cubango, Olivier Luciano Vieira, o Pelé, que se diz injustiçado pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, a Cubango estava entre as favoritas e acabou ficando com a décima colocação, o que levou o dirigente da verde e branca a jogar pedras e pedaços de madeira nos membros da mesa apuradora. No Grupo B, a Acadêmicos do Sossego também foi ao Ministério Público ontem, insatisfeita com a décima colocação, que rebaixou a escola para o Grupo C.


Crise anunciada - No mês de março, quase três semanas após o fim do Carnaval, já havia um prenúncio de que o Carnaval de 2011 iria acabar "mal". A diretoria da Lesga começou a "rachar" depois que Paulo Almeida, ainda presidente do Conselho, aceitou o recurso da Acadêmicos do Cubango, contestando o resultado do Carnaval. No dia 11 de abril, Almeida acabou afastado da a presidência do Conselho Deliberativo. Em votação os representantes de sete agremiações fundadoras optaram pela sua saída, argumentado que ele deveria deixar o cargo por não estar mais à frente de nenhuma escola filiada à entidade. O presidente da Santa Cruz, Zezo, foi eleito o novo presidente."Em três anos na presidência do Conselho Deliberativo, o Paulo de Almeida não convocou uma reunião. Ele foi destituído em abril e não pode mais falar nada em nome da Lesga" afirmou Reginaldo Gomes, presidente da Lesga.

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