“Sou a terra de Ismael, ‘Guanabaran” eu vou cruzar... pra você
tiro o chapéu, Rio eu vim te abraçar”
Carnavalesco: João Vitor Araújo
Pesquisa: João Vitor Araújo e Anderclébio Macêdo
Texto: Anderclébio Macêdo
JUSTIFICATIVA
O que hoje denominamos como Rio de Janeiro, por índios era habitado.
Portugal expulsa tamoios e franceses destas terras com a ajuda dos
Temiminós que são liderados por seu chefe Araribóia, o Cobra da Tempestade, e como recompensa ganha a Banda D’Além...
No compasso do tempo suas transformações vão acontecendo e nasce
Nictheroy... A partir daí tem início a construção de uma cidade que fora um dia
o destino da Família Real em seus momentos de descanso e lazer; a capital da
província e do Estado!
Esta terra onde João Caetano funda o teatro brasileiro alcançou palcos
do mundo inteiro através da dança e da música na interpretação de seus grandes
artistas. O teu passado retrata o fascínio pela sétima arte e o belo cenário da
sorte cobiçada...
A natureza que te cerca tem a moldura perfeita para tanta beleza que,
de tão bem posta, alegra a todos que reservam um momento ou até mesmo uma vida
inteira contigo. É possível que sejas um jardim em forma de gentileza e que,
sem qualquer modéstia, pode se expressar como a Cidade Sorriso.
Quem te retrata e te sente, com fé se sustenta e se manifesta ao
passear por tua orla deslumbrando-se com seus contornos naturais, tão belos
quantos os idealizados pelo mestre arquiteto, num caminho de ligação com o
mundo ainda mais íntima.
Em sua paisagem viu surgir a concreta realidade de uma Ponte e a
ligação com a cidade irmã diminuir...
E nessa alegria que só o carnaval possui permita-se celebrar nestes
versos a tua história, a tua beleza e tudo mais que nos agracia indo comemorar
com a cidade maravilhosa a celebração da sua data.
Rememore o mesmo elo que nos primórdios vos uniam, defenda na passarela
dos sonhos o seu carnaval, demonstrando mais uma vez que juntos a vitória se
alcança e que mesmo com todas as aparentes diferenças, Rio de Janeiro e
Niterói, ligados e unidos para sempre estarão.
SINOPSE
“Vasto cenário que cultiva o encantamento.
Uma grande paisagem íntima aos suntuosos olhos de
Deus.”
(Alberto Araújo, Poema - Cidade Sorridente, 2011)
A “Água Escondida”, a Banda “D’Além” que Araribóia
recebeu
Tornou-se
São Lourenço dos Índios que o jesuíta catequisou
Foi a
recompensa do herói que ao Rio de Janeiro defendeu
E nos seus
fortes estão as marcas da bravura de quem lutou.
A tua
história traz em si uma constante evolução
Sobre os
trilhos desbravou e ultrapassou muitas fronteiras
Teus estaleiros tem início com a ousadia do Barão
Com o óleo trouxe a luz, e venceu outras barreiras.
Da Família Real ganhou profunda admiração
De Vila Real a Imperial Cidade outros títulos receberia
Três são os
anos que ostenta em seu brasão
Muitos foram os fatos que nos preencheram de alegria.
“Tudo, tudo em ti é motivo de alegria.
Assim: a natureza em forma geométrica se compõe,
e na memória guarda-se a melodia
Niterói... mística, côncava, gloriosa
nos quatro cantos ornamentos.”
(Alberto Araújo,
Poema – Niterói Meu Amor, 2012)
Através da
tua história muitas artes te definem
Na pintura
tem Parreiras, seu filho mestre a se louvar
Nesse
universo de talentos, grandes nomes tão sublimes
Com sua música e sua dança possuem o dom de emocionar.
Seu cassino
e seus cinemas nos ofereceram outra arte
João
Caetano nesta terra funda o
teatro brasileiro
Os seus frutos são atores que te orgulham em toda
parte
Em teu palco toda arte tem espaço por inteiro.
Tuas lagoas
e reservas são riquezas fabulosas
Toda beleza
em tu habitas, e em tua orla é que se sente
Que a
natureza se harmoniza na leveza das suas formas
Sobrevoando de asa delta ou se lançando ao ar de
parapente.
Muitos são
teus recantos onde se destaca a sutileza
Feito o Solar do Jambeiro e o belo Horto arborizado
Convivendo em teus espaços e preservando a natureza
Bom é
desfrutar do bento Campo de apreço inestimado.
Devoto
jardineiro foi o Profeta que, pregando a gentileza,
Semeou paz e
esperança, deixando as cinzas no passado
Cultivado em longos anos as suas futuras grandezas
Fez voltar o riso à face deste povo agraciado.
Nesta cidade onde o mercado é referência em pescados
Faz pra São Pedro barqueada na
celebração da sua festa
São João, o padroeiro, a Senhora sob o manto sagrado
Abençoam toda gente em sua fé que não se contesta.
Em teu solo,
o futebol, oficial assim se torna
E teus
atletas grandiosos te consagram com o ouro
Conquistar as tuas mulheres um desafio posto à prova
A educação é
a boa herança oferecida pro teu povo.
O lazer em
tuas praias é um convite a toda idade
Em tua orla
novas formas se transformam num caminho
Pela
arquitetura do Mestre que deu um símbolo à cidade
Faz sua
gente num sorriso te agradecer tanto carinho.
Porém uma
grande obra causou tamanha revolução
Deixando de
ser um sonho para ser concreta realidade
Quarenta são
os anos desde a sua inauguração
Treze são os quilômetros que unem duas cidades.
“Eu quero ver você cantar, extravasar
Quando a cidade sorriso passar...”
(Viradouro,
2005)
Com a mesma valentia em que o índio te defendeu
A Viradouro
em suas cores pinta seu povo pra lutar
Com a magia
de um Gênio todo mundo reconheceu
O valor da
sua gente e o seu prazer em festejar.
E Se Niterói
é a recompensa que um dia o Rio concedeu
Atravessamos
a Guanabara para juntos festejar
Com todo
povo de Ismael, que desta terra é filho seu
Tornando o
mundo a sua escola e o samba o seu lugar.
Nosso
desfile é o presente que ofertamos a você
Na Passarela
que em trinta anos muitos sambas viu passar
De braços
abertos como costuma nos receber
Faz-se então aniversário que todos vão comemorar.
E na magia
que envolve este carnaval de emoção
Por boa parte da história que esta cidade tem pra
mostrar
Imenso é nosso orgulho de ser Niterói de coração
Fazendo dele o grande enredo que a Viradouro vai
contar.
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