Em resposta à coluna do Xexéu (disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/xexeo/posts/2012/01/15/iogurte-da-samba-425898.asp), a assessoria de imprensa do GRESU Porto da Pedra, divulgou uma carta aberta ao jornalista. Na carta, a escola questiona algumas afirmações do jornalista e repudia o caráter preconceituoso da coluna.
Leia:
“Nos tempos do "samba do crioulo doido", que segundo Artur Xexeo em sua coluna na Revista O Globo de 15/01, pareciam enterrados para sempre, os compositores numa versão diferente da que aponta o colunista, não se atrapalhavam contando histórias em sambas-enredo. Eram poetas humildes sem formação e sem oportunidades, no entanto, artistas belos e natos, que superavam o desconhecimento e não só aprendiam em tempo recorde, mas produziam canções inesquecíveis, poéticas e com função educadora, tanto para a sua comunidade, como também para todos os amantes do samba, na maioria humildes como eles. Como se aprendia naquela época com o samba, e como nós, sambistas, temos orgulho disso. Não, infelizmente não resgatamos, ainda, o que a coluna define com época do samba do crioulo doido, mas como gostaríamos de fazer isso.
O texto escrito e publicado na coluna apresenta uma visão pré-concebida de que "o carnaval se sofisticou" e os enredos ficaram abstratos. Visão, no mínimo, equivocada. Enredos abstratos são sinônimo de sofisticação? E os tantos enredos patrocinados nos últimos anos? Foram todos então, na visão do autor da coluna, abstratos e sofisticados? O tom evolutivo da narrativa sobre o desenvolvimento do carnaval, além de mal informado, revelou muitos preconceitos.
O colunista tem todo o direito de não gostar do enredo da Porto da Pedra e de manifestar isso. Faz parte de seu trabalho. O que não pode é usar sua opinião tão importante para denegrir de forma tão pouco fundamentada uma escola de samba, uma comunidade e uma cidade.
A Porto da Pedra não inventou o patrocínio entre as escolas de samba, e afirmar categoricamente que nosso tema não rende um desfile sem ao menos conhecê-lo, saber sobre sua sinopse, sem visitar seu barracão ou mesmo conversar com o carnavalesco sobre o samba-enredo é um pré-julgamento baseado em achismos.
Nossa escola e sua comunidade têm total consciência e orgulho do belo trabalho que está desenvolvendo. E por isso, as nossas portas estão abertas para que o colunista e a quem interessar, possa conhecer o bom trabalho que está sendo feito. E ai sim, poder criticar ou elogiar com total liberdade de opinião. Afinal, o bom jornalismo, inclusive o de coluna, é feito a partir desse esforço. Conhecer para opinar”.
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